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quarta-feira, 18 de maio de 2016

África do Sul e a minha primeira tatuagem

Eu sempre tive amigos com tatuagens e até eu embarcar para África do Sul em 2014 não tinha despertado essa vontade em mim. Dentre várias mudanças que os 40 dias vividos na Cidade do Cabo me trouxeram, uma delas foi fazer minha primeira tatuagem, a liberdade sempre foi algo que me fascinou, difícil de explicar em palavras mas muito prazerosa de sentir. Por isso, eu queria tatuar algo que representasse a minha libertação, tanto de preconceitos que eu tinha antes da viagem quanto de raízes que criamos em nossa mente.

Então decidi: farei dois pássaros. E por que dois? Porque nunca caminhamos sozinhos, como diz a música "é impossível ser feliz sozinho". Sem clichê, se você parar pra pensar vai ver que é verdade, nós sempre estamos rodeados ou pelo menos buscando estar perto de quem amamos, de quem nos faz sentir confortável e de quem nos dê paz, seja ela um amigo(a), um familiar ou um namorado(a).

Eu queria algo pequeno pois o tamanho não era importante pra mim e sim o significado em si da minha escolha. Demorou menos de 1 minuto para fazer e não deu nem tempo de doer... Custou aproximadamente R$ 200,00 e com certeza valeu cada centavo pois hoje em dia quando me perguntam sobre ela eu tenho uma história pra contar. :)

Abaixo seguem fotos tiradas logo que saí do Estúdio, estava tão feliz com a minha primeira tatuagem que nem respeitei as observações do tatuador: Não entrar no mar, deixar coberto por algumas horas e não fazer muitos movimentos. Fotos tiradas na praia de Camps Bay na Cidade do Cabo, África do Sul.


                    



Sempre me disseram que quando se faz a primeira tatuagem não pára mais, eu duvidava, até acontecer comigo. Em Abril de 2016 fiz a minha 5ª (QUINTA) tatuagem, queria algo que representasse a minha personalidade enlouquecida por viagens, e nada descreve melhor a sensação do que a palavra WANDERLUST.

"Wanderlust é uma expressão derivada do alemão: ‘’wandern’’, ‘’caminhar’’ e ‘’Lust’’, ‘’desejo’’. É comumente definido como um forte desejo de viajar, ou de ter um forte desejo de explorar o mundo.
Não é somente um simples desejo, é uma sensação que toma todo o corpo e a mente, e em uma seqüência de fatores, incluem-se uma sensação de desconforto nas pernas, nos músculos, e aquele desejo incontrolável de ir, de seguir um rumo qualquer em direção ao desconhecido ou a algum lugar que se vá encontrar algo novo, que é a razão daquele desejo de ir." (Via Wikipédia)

É isso, exatamente o que eu sinto. Então, aproveitei minha viagem à Vitória-ES e marquei no Street Art Tattoo que fica no Shopping Jardins, com o tatuador Kadu, para fazer mais esse rabisco. Letra fina, muito bem delineada, delicada e muito linda, ficou do jeito que eu queria e toda vez que olho pra ela eu lembro que não fomos feitos com raízes para ficarmos apenas em um só lugar, a vida é feita de movimentos, por isso, só vai!




Ficou curioso pra saber quais são as outras 03 tatuagens? Então aqui vai:

O simbolo do elefante além de significar sabedoria, vida longa, amizade e companheirismo, representa o zelo familiar, pois são unidos e cooperam uns com os outros. Fiz essa junto com a minha mãe no Arnaldo Tattoo em Campo Grande-MS, para demonstrar que estamos juntas de todos os jeitos apesar de estarmos morando longe uma da outra.





Escolhi o Tattoo You Estúdio em São Paulo para fazer duas tatuagens no mesmo dia :D
A primeira foi a Hamsa, conhecida como um amuleto contra o mau olhado, serve também para trazer sorte e afastar energias negativas em geral. Ela é a maior que fiz (até hoje hahaha), o nome do tatuador é Torrá, pra galera que mora em Sampa vale a pena conhecer o trabalho dele, faz uma mais linda que a outra.






A segunda que fiz no mesmo dia, foi uma frase que meu pai me disse através de uma mensagem de parabéns, 2 dias antes dele falecer repentinamente. Achei linda, profunda e quis tatuar para jamais esquecer de "seguir a minha felicidade." Por ser na costela foi a que mais doeu, apesar da frase ser curta.





A minha dica para você que se inspirou e decidiu fazer a sua primeira tatuagem é pesquisar bastante um profissional competente, veja os trabalhos já realizados, tenha certeza do que você quer tatuar em você porque é pra sempre. É importante o local ser higiênico e de confiança para que não ocorra problemas e arrependimentos futuros.

Eai, vai arriscar a fazer o primeiro rabisco?  Quem sabe você se inspire em alguma viagem assim como eu... Só cuidado pra não conseguir parar depois hein! rs

Beijos

Livia Zanon
@omundoeminhasvoltas

quinta-feira, 5 de maio de 2016

5 motivos pelos quais o intercâmbio acabou com a minha vida

Já li em alguns lugares sobre lista de motivos pelos quais viajar acabou com a vida de alguém, então eu decidi fazer a minha própria lista.

Tudo começou em Dezembro de 2010 quando embarquei para um intercâmbio de 03 meses em Londres, com apenas 20 anos de idade, mal sabia que estava prestes a mudar radicalmente minha vida.



Palácio de Versalhes - Paris


         1. Perrengues que fazem crescer fora da Zona de Conforto

Lembro certinho eu chegando ao aeroporto de Londres, com uma mala tamanho família, uma pastinha na mão cheia de documentos e morrendo de medo da imigração. O primeiro desafio foi preencher o papel com várias informações em inglês, eu consegui errar 4 vezes – sem exagero – por conta do nervosismo e de estar sozinha naquela situação. Vários outros como sair de casa muito cedo – ainda escuro – para ir para escola embaixo de neve e muito frio; andar pela primeira vez de metrô sem ter ideia em qual estação ter que parar; voltar para casa de madrugada de ônibus; fazer roteiros de como chegar; o que fazer no lugar;, como se locomover; comer; onde dormir; se o dinheiro vai dar para passar o resto do tempo que você pretende ficar (...) Todos esses detalhes que fazem uma viagem inesquecível e única, que você só vive fora da sua zona de conforto. Mas nem sempre é fácil se manter fora da zona de conforto, muitas vezes sem perceber já estamos em uma, criamos rotina e de repente estamos presos novamente ao que a sociedade nos impõe. O jeito é acharmos o equilíbrio entre uma coisa e outra, tarefa difícil né? Mas levo pra minha vida como um exercício diário, dia após dia, tente você também... Aos pouquinhos chegaremos lá!

          2. Sensação de liberdade

Talvez no começo pareça desesperador o fato de você estar com pessoas de outras culturas, outras línguas e outros hábitos que você, mas com o passar dos dias essa sensação de liberdade de poder ir e vir pra onde quiser e se sentir dona do “próprio nariz” é fenomenal. Além disso, você ser quem você quiser, vestir o que se sentir melhor e ter o cabelo da cor que bem entender, são exemplos do cotidiano na cultura Londrina e foi por esses e outros motivos que me apaixonei pela cidade, pela capacidade de fazer você se sentir: LIVRE. Vamos combinar que não é mole encontrar essa sensação em qualquer lugar não é mesmo? A maioria estabelece padrões a serem seguidos, o que entra diretamente em conflito com o que vivemos naqueles dias leves. Por isso, não é fácil não!


 3.  Não conseguir ter raízes

Quando você está fora fica acostumado a fazer e desfazer malas, dormir com a galera e não ter muita privacidade, sempre ter alguma coisa nova pra conhecer e explorar e muitos amigos para dividir os momentos incríveis. Quando voltamos pra vida real temos que nos readaptar a criar raízes, claro que como tudo na vida, tem o lado bom, mas logo você começa a sentir falta de não planejar muito as coisas, de não ter um emprego fixo por muito tempo, de não querer comprar uma casa porque se sente preso então prefere viver de aluguel, etc.

4. Desapego de bens materiais

Acredito que a maioria das pessoas tem o desejo em comum de querer ter uma casa própria, um carro, uma roupa de marca, um eletrônico da moda, um celular com muitas funções... Mas, para quem fez intercâmbio a vontade de ter esses bens diminui muito uma vez que a única importância resume-se em: juntar dinheiro para a próxima viagem. E por que isso acabou com minha vida? Simplesmente porque ter o sonho de “conhecer o mundo” é bastante abstrato e a sensação é de estar sempre insatisfeito com tudo e só importa uma coisa na vida: conhecer o máximo de lugares que você conseguir, deixando os bens materiais e “sonhos comuns” de escanteio e se tornando uma pessoa esquisita para quem está de fora e não viveu essa experiência.

5. Faz você se sentir um peixe fora d’água quando volta

Impossível esquecer o momento em que eu entrei no avião para voltar ao Brasil, peguei o telefone e liguei - ali no avião mesmo - para uma grande amiga que tinha feito durante a viagem, chorando, aos prantos, falando a seguinte frase entre soluços: “Eu não quero voltar!”
Mas, eu voltei. Além do dinheiro ter acabado eu precisava terminar a faculdade, e era totalmente fora da minha realidade continuar vivendo aquele sonho de ter como preocupação: ir para escola de inglês, sair e ir conhecer algum ponto turístico, programar viagens com os amigos novos, contemplar aqueles cenários de filme – falava isso toda hora -, tomar um chocolate quente no meio da rua com a fumacinha saindo da boca – achava um charme - , ver a neve pela primeira vez, procurar a balada mais legal do dia – e que fosse barata -, enfim, tudo era novidade, tudo era maravilhoso.
Chegando à realidade, a readaptação não foi fácil (não é até hoje, diga-se de passagem). Para a maioria das pessoas que eu conversava, contava as experiências e a minha “depressão pós-intercâmbio”, não conseguia compreender. Então, com o passar dos dias eu me sentia cada vez mais um peixe fora d’água, sem conseguir interagir com as pessoas e lugares, pois havia uma coisa que não saía do meu pensamento: “quero viajar mais, quero voltar, aqui não é mais o meu lugar.”

Parece meio melancólico tudo isso, mas vejo pelo lado positivo, de sempre ter me impulsionado a não ficar parada, não se acomodar, sempre querer algo diferente, afinal de contas dessa vida não levamos nada além dos sentimentos e experiências vividas.

Alguns questionamentos sempre estiveram presentes no meu dia a dia: Será que estou sozinha nisso tudo? Será que só eu me sinto esquisita assim? Será que o intercâmbio realmente acabou com a minha vida?

Seja qual for a resposta, eu não mudaria nada do que já vivi até hoje!

Eu não me considero a mesma pessoa que embarcou naquele aeroporto rumo ao frio Europeu, voltei com a bagagem cheia de reflexões, ideias, novos sonhos, vontades, menos julgamentos e preconceitos. Além de muitos planos para novas viagens, é claro. E você, voltou o mesmo? Me conte, não me deixe sozinha nessa! rs

Após Londres, estive 40 dias na África do Sul, acha que eu sosseguei? Jamais. Continuo programando qual será a minha próxima parada.

Eai, bora?

Livia Zanon 
@omundoeminhasvoltas